Descarte incorreto do lixo hospitalar pode causar problemas sérios no meio ambiente
- Larissa Cristina
- 18 de nov. de 2016
- 4 min de leitura

(Foto: Divulgação)
Roosevelt Ferreira Abrantes, Técnico em Meio Ambiente e graduado em Gestão Pública, afirma que o Brasil gera cerca de 150 mil toneladas de resíduos urbanos por dia, e declara que ainda não há métodos eficazes de conscientização existentes na população.
O lixo hospitalar é composto por diversos materiais diferentes, como objetos pontiagudos, antibióticos, seringas contaminadas, restos humanos, entre outros, e seu grau de periculosidade no meio ambiente é enorme, pois não é feito um prévio tratamento desse material.
O contato destes materiais com o solo acaba contaminando o mesmo, prejudicando assim, a fauna. O tempo que esses materiais demoram para se decompor também afetam o ar, e fazem com que o solo não tenha condições de ser utilizado para plantação.
Por isso, é preciso tomar cuidado ao entrar em contato com os resíduos do lixo hospitalar, pois este pode trazer sérios riscos à saúde. Os catadores são os mais afetados por esses resíduos, já que eles trabalham diretamente com esse tipo de material, e não possuem equipamentos adequados para se protegerem dos perigos que o lixo hospitalar oferece.
Outro fator bastante prejudicial à saúde é o lixo doméstico medicamentoso, visto que a população não recebe uma orientação precisa de que esse tipo de entulho não pode ser misturado com o lixo comum. E, quando isso acontece, o lixo hospitalar não recebe o tratamento adequado na hora do descarte, já que o tratamento destes resíduos é feito juntamente com o lixo comum.
Segundo uma pesquisa realizada por alunas da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, a UNDB, uma solução eficaz para esse tipo de problema seria a implantação de um plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, que deve obedecer a critérios estabelecidos e pertinentes à legislação ambiental.
Segundo o aluno de Gestão Ambiental, João Vianna, poucos conhecem as formas de descarte do lixo hospitalar.
“Infelizmente, muitos locais ainda são carentes de um descarte adequado, ou até mesmo carência no conhecimento da própria instituição. O correto seria procurar uma empresa terceirizada, que faça a destinação final correta.”
O estudante ressalta ainda o risco do manuseio de seringas sem proteção. “É um risco muito grande para quem está manuseando o resíduo, por não saber o que tem dentro do plástico, é um perigo grande aos coletores. Porque as seringas podem estar contaminadas, trazendo uma ameaça a saúde, por isso existe uma caixa térmica coletora de seringas, para sua destinação final”, explica João.
A Anvisa declarou que os modos adequados de descarte são a radiação, incineração e o aterramento, e afirmam ainda que os materiais farmacêuticos deveriam ser reenviados de volta aos fabricantes para serem separados e destinados a coleta seletiva dentro do hospital.
Existe uma certa discussão acerca do descarte doméstico do material hospitalar, pois ainda há uma busca pela forma mais viável do descarte, e também de formas eficazes de conscientizar a população tanto dos riscos que esses materiais oferecem, quanto para os modos de descarte.
“Todos os materiais que demoram a se decompor devem ser removidos da natureza o mais rápido possível, pois determinado tipo de resíduo jogado em um local, pode atrapalhar a vida selvagem e aquática, podendo até prejudicar na reprodução de espécies”, diz João.
Porém, a maior parte do lixo hospitalar é destinada aos lixões a céu aberto, não recebendo nenhum tipo de tratamento e fazendo com que os catadores de lixo e as pessoas que passam por ali fiquem expostas, assim como o meio ambiente, constatando-se que não há um tratamento prévio desses materiais.
A lei 12305/2010, foi criada justamente para regulamentar e apresentar ações que possam efetivar de forma adequada o descarte dos resíduos no Brasil, orientando também o Estado, municípios, instituições públicas e privadas sobre o que se deve fazer para melhorar a situação acerca do lixo hospitalar, pois é notável que o descarte é feito de forma inadequada e que o percentual de reciclagem existente no Brasil é muito baixo.
João Vianna declara que existem materiais dentro do lixo hospitalar mais perigoso do que outros.
“Particularmente acredito que o resíduo radioativo do aparelho de raio x seja o pior, pois uma vez que se é contaminado pela radiação, não existe um meio de se livrar da contaminação. O grau de periculosidade desse material é enorme tanto para as pessoas quanto para o próprio meio ambiente.”
Apesar dos meios de conscientização acerca do lixo hospitalar serem poucos, João informa que existem locais que fazem um ótimo trabalho de descarte do lixo hospitalar. “Em Niterói a CLIN faz um trabalho excelente de coletas de resíduos domésticos, indo ate a residência do cidadão. É só se cadastrar que buscam o resíduo para fazer reciclagem.”
Se você não mora em Niterói ou pelas redondezas e tem interesse em saber mais sobre lixo hospitalar, pode entrar em contato com a CLIN por telefone. Também existem outras empresas que fazem descarte, como a Fragmaq e a Miglix, que tem um espaço em seu site reservado somente para tirar dúvidas referentes aos resíduos do lixo hospitalar.
Segue os contatos de cada empresa:
CLIN - (21) 2620-2175 / 0800-022-2175 (08:00h às 17:00h)
Miglix - http://www.miglix.com.br/
Fragmaq - http://www.fragmaq.com.br/
Referências Bibliográficas:
http://www.undb.edu.br/publicacoes/arquivos/rev._ceds_n.1_-_a_pol%C3%ADtica_nacional_de_res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos_o_descarte_incorreto_de_lixo_hospitalar_e_os_problemas_causados_aos_catadores_e_ao_meio_ambiente_-_lorena_batista_e_juliana_rodrigues.pdf